Pecuaristas paraibanos conhecem inovações em ILPF
Um selo regional de certificação para carne bovina produzida por pecuaristas que aderirem aos padrões de criação dentro das metodologias de Inovações na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Essa é uma das novidades que José Geraldo Di Stefano, analista da Embrapa Algodão, deve apresentar em uma mesa-redonda dentro da programação de um seminário com essa temática, que ocorre entre 13 a 15 de junho, em Fortaleza (CE).
O selo seria uma estratégia institucionalizada que órgãos de governo teriam para sugerir aos pecuaristas maior engajamento na adoção de tecnologias ILPF. Di Stefano vai mostrar experiências exitosas na recuperação de pastagens em regiões com escassez de água na Paraíba, especialmente nas regiões polarizadas pelos municípios de Alagoinha, Tacima e Tenório, onde Embrapa e seus parceiros têm obtido resultados promissores, inclusive com inovações na Agricultura de Baixo Carbono (ABC), com práticas que ajudam a reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE).
“Qualquer propriedade deve produzir forragem, alimentos, madeira, solo produtivo e água, como estratégia de negócio e para enfrentar um outro possível período de seca, que deverá iniciar a partir de 2023”, aconselha.
O esforço da Embrapa e seus parceiros nessa ação é de recuperar parte dos 140 mil ha de solos degradados na Paraíba. “O manejo de água nas propriedades rurais, aliado aos manejos já usuais, como o boi na corda, usado com sucesso na região de Juarez Távora, podem nos oferecer uma expectativa promissora nesse trabalho”, diz o especialista da Embrapa.
José Geraldo é um entusiasta do ILPF. Além dos pecuaristas da região, ele pretende mobilizar as lideranças dos sindicatos rurais, e técnicos das universidades públicas na Paraíba (UEPB, UFPB e UFCG), especialistas agrônomos e veterinários vinculados à Superintendência Federal da Agricultura (SFA-PB), e o corpo técnico da recém-criada Empresa Paraibana de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (EMPAER). “Nós podemos fazer com que ocorra um aumento seguro da criação bovina nessas condições e, em seguida, partirmos para a ovinocaprinocultura”, projeta Di Stefano.
Na palestra do evento em Fortaleza, ele vai abordar o tema “O ILPF como solução para recuperação de pastagens e desenvolvimento sustentável da agropecuária no semiárido e ferramentas para sua implementação”. O painel deverá apresentar as inovações desenvolvidas pela Embrapa e parceiros para os sistemas de ILPF que possam ser replicadas no bioma Caatinga. Este é o principal objetivo do seminário, que é promovido pela Embrapa e pela Associação Rede ILPF, o evento tem ainda como parceiros a Federação da Agropecuária do Estado do Ceará (FAEC) e o XXIII PECNORDESTE.
Nos dias 13 e 14, pesquisadores e especialistas apresentarão os resultados concretos obtidos pelas Unidades de Referência Tecnológica (URTs) de ILPF a um público de técnicos, extensionistas, produtores rurais, empresas, associações, ONGs e órgãos governamentais. No dia 15 (sábado) será realizada uma visita técnica à fazenda Grangeiro, em Paracuru (CE), onde os participantes do seminário conhecerão uma experiência de integração lavoura-pecuária (ILP) que une a produção de coco à criação de bovinos leiteiros. Embora a participação no seminário seja gratuita, o acesso à visita é limitado.
Segundo Renato Rodrigues, presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF e pesquisador da Embrapa Solos, a disseminação da ILPF no Nordeste ainda é um pouco tímida, embora haja um potencial muito grande. A Bahia é o estado que mais se vale desse sistema de produção em números absolutos, enquanto o Rio Grande do Norte já utiliza a tecnologia em 10% de sua área produtiva.
Rodrigues afirma haver uma expectativa elevada em relação ao seminário. Para ele, a ILPF é uma ferramenta de desenvolvimento para a região: “Queremos fazer um trabalho de políticas públicas e de estímulo ao governo federal para que tenhamos uma ampliação do uso dessa tecnologia no Nordeste. Não vamos chegar com nenhuma receita pronta. Cada região vai precisar se adaptar para que o produtor possa extrair os benefícios que a tecnologia pode oferecer, como a adaptação à mudança do clima, o aumento de renda e da qualidade de vida, bem como a possibilidade de fixação do homem no campo a partir da formação de uma mão de obra mais especializada e capacitada”, argumenta.
O que é a ILPF?
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área, podendo ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. Essa forma de sistema integrado busca otimizar o uso da terra, elevando os patamares de produtividade, diversificando a produção e gerando produtos de qualidade.
Os interessados poderão fazer inscrições nesse link: https://www.sympla.com.br/seminario-integracao-lavoura-pecuaria-floresta__527539
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