Expectativa é de uma colheita superior a 150 sacas por alqueire (61,9/hectare)
O solo arenoso, que seca rapidamente após a chuva, as altas temperaturas que produzem uma sensação térmica em níveis muito superiores aos números registrados pelos termômetros, e até mesmo a estiagem: nada disso impede a expansão da soja pelo noroeste do Paraná.
VITRINE – Mas para vencer o desafio de produzir soja no arenito se faz necessário recorrer ao uso de tecnologias e, nesse sentido, a Fazenda Santa Nice, localizada em Amaporã, região de Paranavaí, é uma vitrine.
VISITA – Na última sexta-feira (11/1), o Rally Cocamar de Produtividade visitou a Santa Nice, que desenvolve há anos um programa de integração lavoura-pecuária sob a orientação da Cocamar. O Rally acompanhou o coordenador de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) da cooperativa, César Gesualdo, e o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Sérgio José Alves.
SAFRA CHEIA – Em 200 hectares cultivados com soja, onde o teor de argila geralmente não passa de 10%, operam 2 conjuntos de irrigação por pivô central. Até o momento, o bom desenvolvimento da lavoura é indicativo de uma safra cheia, superior a 150 sacas por alqueire (61,9/hectare). Na região noroeste paranaense, com os estragos causados pela estiagem nos últimos meses, a expectativa é de uma redução de 40 na produtividade de soja.
MAIS QUE SÓ IRRIGAR – Para César Gesualdo, a Santa Nice é uma das fazendas consideradas modelo em sistemas integrados e, diferente do que alguns possam imaginar, contar com irrigação não significa ter a solução para todos os problemas. “É preciso, antes de tudo, fazer um manejo de solo adequado para conseguir usar a irrigação como uma ferramenta complementar”, diz ele, explicando que a irrigação ajuda muito nesse processo ao potencializar a produtividade e dar segurança ao investimento, mas é indispensável pensar também em manejo de solo e nutrição da planta, permitindo que a soja tenha alto potencial produtivo. Após a colheita da soja, a área é destinada a pastagem, com o plantio de capim braquiária, alojando de 3 a 4 unidades animal (UA) por hectare e produzindo de 15 a 20 arrobas de carne/hectare durante o período de inverno.
PRODUTIVIDADE – O pesquisador do Iapar, Sérgio José Alves, ressalta o porte alto e a grande quantidade de vagens da lavoura que, no geral, apresentando um bom estande. “As plantas estão muito sadias e é visível o seu elevado potencial”, observa. Segundo ele, contar com o pivô central nesta fase crítica praticamente vai garantir uma alta produtividade. “A questão de você fazer toda a tecnologia bem feita, e ainda ter o pivô, pode ser o diferencial para colher sempre com alta produtividade.”
MINIMIZAR RISCOS – Na visão de Alves, o produtor precisa correr menos riscos, de maneira que o investimento em irrigação garanta a ele a colheita de 70 sacas por hectare mesmo nas regiões mais quentes e de solos pobres do arenito caiuá. “Principalmente nos anos difíceis, como este, de seca e forte calor, o pivô faz muita diferença”, completa o pesquisador.