O agricultor Gerson Bortoli, do município de Umuarama, situado no noroeste do Paraná, descobriu que o plantio da mandioca pode melhorar o pasto e que a inserção do milho no sistema agrícola pode aumentar a produtividade da soja.
O agricultor Gerson Bortoli, do município de Umuarama, situado no noroeste do Paraná, descobriu que o plantio da mandioca pode melhorar o pasto e que a inserção do milho no sistema agrícola pode aumentar a produtividade da soja. Com o discurso de planejamento a longo prazo, o empresário, que trabalha com Integração Lavoura-Pecuária (ILP) há oito anos, acompanha as mudanças do mercado e aproveita as oportunidades que surgem. “Nessa fazenda fiz um manejo diferente no milho com a braquiária (capim) que fará diminuir de 8 a 10 sacas (60 kg) de milho por hectare, mas que vai me proporcionar um ganho de 10 a 15 sacas (60kg) a mais de soja na mesma área, chegando a uma produtividade de 60 sacas por hectare”, argumenta Gerson, sabendo que o mercado para a soja encontra-se muito mais rentável. “Ainda consigo aproveitar o pasto para alimentar o gado antes de plantar a soja em setembro”, continua seu raciocínio ao saber que a arroba do boi também esta em alta no mercado.
Proprietário de duas fazendas nesta região (HP e Flamboyant) conhecida como arenito, local com baixo teor de argila no solo, Bortoli vem utilizando o plantio de mandioca como estratégia para recuperar 148 hectares de pastagem. “Tripliquei o número de bois por hectare após recuperar as pastagens com a mandioca”, afirma. Os números alcançados pelo agricultor são cinco vezes maior que a média nacional. Hoje ele consegue trabalhar, sem perder a produção do pasto, com 5 unidade/animais por hectare.
Como a mandioca pode influenciar no ganho de peso do gado e o milho aumentar a produtividade da soja?
A palavra integração responde a estas duas questões. A região do arenito, noroeste do Paraná, onde o produtor Gerson Bortoli trabalha, apresenta baixos teores de argila – inferiores a 10% – altos teores de areia e níveis muito baixos de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, matéria orgânica e também uma alta suscetibilidade à erosão. A média da lotação das pastagens na região é de 1,2 unidade/animais por hectare. Na fazenda HP, localizada no município de Perobam (PR), produtor Bortoli consegue trabalhar com 5 unidade/animais por hectare.
“Ao plantar a mandioca nesses 148 hectares, o produtor integrou a lavoura a uma pastagem degradada, e fez com que aumentasse a disponibilidade de nutrientes e diminuísse o risco de erosão do solo”, afirma o pesquisador da Embrapa, Julio Franchini. Esta integração fez com que a produção de pastagem após a colheita da mandioca aumentasse sua capacidade de alimentar o gado. Hoje o ganho de peso por animal na fazenda HP é de 800 a 1000 gramas de peso vivo por animal/dia, o dobro do resultado obtido antes da recuperação de pastagem com a mandioca.
A recuperação da pastagem degradada com a mandioca foi complementada com uma boa condução a partir de adubação e inserção de nutrientes, porém em menor quantidade se comparada antes da integração. “Custa muito menos manter do que recuperar”, ressalta Gerson.
Além da questão da argila e outros nutrientes, a região apresenta altas temperaturas, o que aumenta o consumo de água pelas plantas. Em algumas medições em áreas sem cobertura das plantas, foram constatadas temperaturas de até 65 graus no solo. “O déficit hídrico é o principal fator que diminui a produtividade, principalmente associado com altas temperaturas nas fases de florescimento e enchimento dos grãos na soja”, explica Franchini. Ao plantar o capim junto com o milho, o produtor proporciona a cobertura do solo, diminuição da temperatura do local, evita a erosão, incorpora nutrientes e aumenta a produtividade da soja. “Podemos estimar que as pastagens em sistema integrado na região aportam, em média, 400 kg de carbono por hectare na forma de matéria orgânica no solo e aumentam a conservação da água, além de reduzir a temperatura na superfície”, acrescenta o pesquisador.
A produtividade da soja no Paraná na safra 2013/2014 foi de 2.950kg (49 sacas) por hectare. Nesta mesma safra, Gerson Bortoli produziu 3.420 kg (57 sacas) por hectare na Fazenda Flamboyant, localizada no município de Umuarama (PR). Para a safra 2014/2015, o produtor projeta aumentar ainda mais sua produtividade. “O tempo colaborou, acertamos na variedade, foi uma bela produção e com as técnicas implantadas temos obtido bastante êxito”, finaliza.
Vídeo – História de Sucesso ILPF – Fazenda Flamboyant
Vídeo História de Sucesso ILPF – Fazenda HP
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