A resiliência deste bioma exclusivamente brasileiro é uma importante base de conhecimento para iniciativas de adaptação à mudança climática
Hoje, dia 28 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Caatinga – uma data que visa conscientizar a sociedade brasileira sobre a riqueza do seu patrimônio natural e a importância da sua conservação e uso sustentável.
Mais conhecida pelas imagens do sertão nordestino, marcada pela escassez hídrica, a Caatinga é um mosaico de ecossistemas com grande diversidade da sua fauna e flora. Suas oito microrregiões abrigam um valioso patrimônio biológico que se estende por dez estados. Este bioma exclusivamente brasileiro ocupa 11% do território nacional e abriga 27 milhões de pessoas.
Apesar da sua importância, a degradação da Caatinga é um problema crescente, gerado por desmatamentos e queimadas que ameaçam a sua biodiversidade e ampliam o processo de desertificação. Por isso, ações de conservação deste bioma precisam dialogar com a agenda de mitigação e adaptação à mudança climática.
Projeto Rural Sustentável Caatinga
O Projeto Rural Sustentável Caatinga visa combater a mudança climática e a pobreza em 37 municípios da Caatinga. Para tal, estimula a adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono (ABC) e outras práticas de convivência com o semiárido por pequenas e médias propriedades rurais, implementando uma agenda de adaptação climática no bioma.
Para tanto, o projeto promove o diálogo entre tecnologias modernas e o conhecimento tradicional para a transformação das atividades produtivas, agora orientadas para a baixa emissão de gases de efeito estufa. Os investimentos visam fortalecer a capacidade de assistência técnica rural (ATER) e consolidar as cadeias produtivas.
O PRS Caatinga é uma cooperação bilateral entre os governos do Reino Unido e do Brasil, operada por meio do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Relações Externas (Defra) e do Ministério da Agricultura (MAPA), com gestão de recursos financeiros do Banco Interamericano de Desenvolvimento no Brasil (BID-BR) e execução da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). A iniciativa conta ainda com o participação da Rede iLPF em parceria com a Embrapa Semiárido e Embrapa Caprinos e Ovinos (Petrolina e Sobral) para monitoramento de emissões de gases de efeito estufa.
Por Anne Clinio e Renata Barreto
Cŕedito:
Imagens: Giselle Parno