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Caravana ILPF: Sistemas integrados na pequena propriedade Sítio Rosa de Saron em Barra do Garças.

Os frutos do Cerrado vêm garantindo o sustento da família de Selma Alves de Lima Souza há muitos anos. Desde que conseguiu seu lote de 17 hectares no Assentamento Serra Verde, em Barra do Garças (MT), ela decidiu que faria a coleta de baru, pequi, jatobá e outros em sua própria terra. Treze anos depois, colhe os frutos em um sistema agroflorestal (SAF) e em um sistema silvipastoril.

“Nós tínhamos as árvores nativas e entramos com frutíferas. Havia baru e nós fomos replantando. Fazíamos mudas e replantávamos. Eu colhia baru fora daqui. Então aprendi que era melhor eu colher dentro da minha propriedade”, relembra a produtora.

O baru é o carro chefe da propriedade. Além de gerar renda com a venda das castanhas ou da paçoca, durante a seca o fruto serve como nutriente e antibiótico natural para os animais. Os bovinos raspam a casca do fruto e depois jogam fora no pasto sem danificar a castanha, que segue protegida e isolada no interior da dura casca.

A árvore nativa do cerrado, conhecida também como cumaru ou champanhe, serve de sombra para o gado, melhorando o conforto térmico, e pode ser uma fonte de renda com a madeira, quando o corte é devidamente autorizado.

No Sítio Rosa de Saron, Selma busca aumentar a quantidade de árvores. Para isso, conta com importantes aliados no plantio de sementes. Parte dos frutos não é coletado, ficando para as cutias. Os pequenos roedores os escondem sob a terra para se alimentar posteriormente e muitas vezes não voltam para buscar e dali nasce uma nova árvore.

A integração entre lavoura e floresta também é feita na propriedade por meio do cultivo de café sombreado pela mata nativa. São 400 pés, de três espécies diferentes: catuaí, catucaí e conilon. A produção é toda beneficiada na propriedade e vendida para pessoas que vão até o local em busca do café e também de ovos caipira, peixes cultivados em dois tanques rede, frutos do cerrado, mel, hortaliças, mandioca, entre outros produtos oriundos da produção em sistema agroflorestal.

Líder comunitária e atuante na Rede de Mulheres do Cerrado, Selma e seu marido “Bodão” não medem esforços para buscar conhecimento para aplicar em sua pequena propriedade. Contam com assistência técnica da Empaer e abrem a porteira para as universidades de Barra do Garças e de Nova Xavantina desenvolverem atividades no sítio.

“Estou aqui por prazer e por amor. Sofri para chegar até aqui? Sofri. Mas foi em busca do que eu queria, que era ter meu espaço para produzir”, conta a produtora rural.

Em busca de sempre diversificar as fontes de receita no sítio, Selma investe agora no turismo rural. Está preparando sua propriedade para servir almoço para turistas que vão até o local para fazer trilha na Serra Verde. No cardápio está a produção local feita em sistemas agroflorestais e silvipastoris.

Caravana ILPF

O Sítio Rosa de Saron foi uma das propriedades visitadas pela Caravana ILPF, na etapa do Vale do Araguaia, realizada entre Goiás e Mato Grosso em maio de 2023.

 

Assista o vídeo aqui

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)

Embrapa Agrossilvipastoril

agrossilvipastoril.imprensa@embrapa.br