Você está visualizando atualmente Fazenda Gravataí Agro | Itiquira – MT – Julho/2018

Fazenda Gravataí Agro | Itiquira – MT – Julho/2018

Trabalhando com base em informação e tecnologia, Gravataí Agro vira exemplo para produtores da região

Todos os anos centenas de pessoas, na maior parte produtores e profissionais ligados ao setor agropecuário da região sul de Mato Grosso, participam de um dia de campo na Gravataí Agro, no município de Itiquira (MT). O que leva todos eles anualmente ao mesmo local é conhecer um pouco mais do sistema produtivo adotado pela fazenda e identificar como aproveitar a experiência em suas propriedades ou naquelas em que assistem.

Desde 2011, quando Caetano Polato comprou a área na fronteira do Cerrado com o Pantanal, montou uma equipe técnica qualificada e investiu em sistemas produtivos mais eficientes. Encontrou na integração lavoura-pecuária a melhor das estratégias.

“Estamos buscando cada vez mais verticalizar a nossa produção, então a integração permite isso, pois ela favorece tanto a pecuária quanto a agricultura”, afirma o agrônomo da fazenda Bento Ferreira.

Com 10.600 hectares de área total, a propriedade tem 3.300 ha com pastagens permanentes e 4.060 ha destinados à lavoura.  Na safra, a soja é o carro chefe da parte agrícola, ocupando toda a área. Após a colheita da oleaginosa, cerca de 3.000 ha são usados na integração lavoura-pecuária. Em parte desta área é feita a semeadura imediata da pastagem, em outra parte o milho é cultivado em consórcio com braquiária.  

Com esse sistema, em maio, quando termina o período chuvoso, o gado formado principalmente por fêmeas nelore e aberdeen-angus é retirado das pastagens permanentes e levado para as áreas de integração. Assim, preserva-se a forrageira usada no período chuvoso e fornece-se alimento de qualidade para o gado durante seca.

“Estamos ganhando nesse período de até cinco arrobas por hectare. Ganhamos na parte da pecuária, pois temos pastagem de qualidade na hora que acaba o capim na área de pastagem permanente, e a agricultura também ganha muito com isso. Com o pastejo do gado a braquiária tem maior crescimento de raiz. Além disso, tem ainda no sistema o rola bosta, que vai incorporar a matéria orgânica no solo”, explica o gerente de pecuária da fazenda, Alexandre Barazetti.

Sistema Gravataí

Buscando sempre inovações que possibilitem a melhoria da produtividade e a sustentabilidade da atividade agropecuária, a fazenda Gravataí fez uma parceria com Embrapa e UFMT – campus Rondonópolis para o desenvolvimento de pesquisas com consórcios forrageiros. O trabalho iniciado em 2015 resultou no lançamento em 2018 do Sistema Gravataí

Trata-se de um consórcio de feijão-caupi com braquiária visando o pastejo em segunda safra. Os resultados mostraram que o sistema ajuda a aumentar a matéria orgânica no solo, melhora a qualidade da forrageira, aumenta o ganho de peso dos animais e proporciona elevação na produtividade de soja.

No grão, a diferença ficou em torno de 20 sacas por hectare a mais no acumulado de três safras, quando comparado a uma área sem a utilização do Sistema Gravataí. Já na pecuária, o uso da tecnologia resultou em até 100 gramas a mais de ganho de peso por dia.

Batizado com o nome da fazenda como forma de homenageá-la pela abertura dada à pesquisa, o Sistema Gravataí já vem sendo usado por vizinhos que conheceram a tecnologia e deve ocupar cada vez uma área maior na própria Gravataí Agro.

 

Confira abaixo uma palestra de Fernando Passos sobre o mercado da teca em Mato Grosso

 

ILPF

Além das pesquisas com consórcios, a parceria com a Embrapa rendeu a criação de uma Unidade de Referência Tecnológica e Econômica de ILPF na Gravataí Agro. Em dezembro de 2014, em uma área de 90 hectares, anteriormente com pastagem, foram plantados renques triplos de eucalipto. Com espaçamento de 3m entre as linhas e 2,5 entre as plantas, foram utilizadas nas laterais o clone I144 e na linha do meio o H13. O espaçamento entre os renques foi definido de modo a se ter duas passadas da barra de pulverização, ficando em 51 metros.

A irregularidade da chuva na área usada com a integração, localizada na borda da chapada que faz divisa com o Pantanal frustrou as duas safras de soja, que tiveram baixas produtividades. Em dezembro de 2016, com as árvores com diâmetro à altura do peito (DAP) de 10cm, foi semeada a braquiária Piatã e os gado entrou no sistema.

Os 90 ha foram divididos em quatro piquetes e tem sido feito o pastejo rotacionado, com média de 3 ua/ha. De acordo com as mensurações da fazenda, quando comparada com resultados de pastos sem árvores, a ILPF tem proporcionado um ganho superior em até 100g diárias por animal.

“Vimos que esse bem estar animal estava convertendo em ganho de carne. Isso nos encorajou a aumentar o sistema. Em dez 2017 implantamos mais um talhão”, relata Bento Ferreira.

A nova área, entretanto, contou com algumas alterações a partir da experiência inicial. Como está localizada ao lado da primeira área, optou-se por não fazer agricultura. Ajudou na decisão o fato da pastagem na área estar em boas condições.

A boa qualidade da pastagem também resultou em mudança no layout da área. Para remover menor área de forrageira, optou-se pelo plantio das mudas em renques quádruplos, com espaçamento entre linhas e entre plantas de 3m e distância entre renques de 100m.

 

Pecuária

A Gravataí Agro trabalha com recria e engorda de fêmeas nelore e aberdeen-angus. Inicialmente a opção por fêmeas foi devido ao menor custo para compra no momento de início da atividade. Porém, as vantagens no manejo, o menor consumo de alimentos e o giro mais rápido acabaram se mostrando uma boa estratégia. O pagamento de prêmio por frigoríficos tem corroborado com essa opção.

“Estamos tendo algumas vantagens na hora de vender. O frigorífico está nos bonificando pela qualidade da carne que nós temos. Estou tendo hoje na fêmea o preço que seria pago pelo macho. Um diferencial de preço em relação ao que o mercado paga a uma vaca de idade avançada, por ser uma novilha precoce”, explica Bento.

As novilhas chegam à fazenda com oito meses de idade. Um ano depois já são enviadas para o abate com cerca de 16 arrobas. A recria é feita nas áreas de pasto permanente durante o período chuvoso e nas áreas de ILP na seca.

Quando atingem aproximadamente 360 kg, no caso das nelores, e de 300 a 360 kg as aberdeen-angus, são formados lotes que são enviados a um dos dez módulos de semi-confinamento da fazenda. Cada um com aproximadamente 100 ha e 60 metros lineares de cocho.

“A estratégia de nutrição é ajustada conforme a disponibilidade e qualidade de capim no período. Nosso objetivo é ter um melhor aproveitamento do capim e proporcionar um bom desempenho de carcaça para esses animais, que ainda estão crescendo”, explica a zootecnista da Gravataí Agro Laziele Vilela.

 

Conheça mais sobre a fazenda 

 

Gabriel Faria (mtb 15.624 MG JP) 
Embrapa Agrossilvipastoril 
agrossilvipastoril.imprensa@embrapa.br 
Telefone: 66 3211-4227

 

[zt_persons slider=”no” pager=”no” controls=”no” auto=”no” item=”1″][zt_person name=”” position=”” phone=”” description=”” image=”images/fazenda-gravatai-agro/alexandrebarazetti.jpg” imgtype=”circle” ][/zt_person][/zt_persons]

[zt_testimonial autoPlay=”yes” numSlides=”1″ paging=”yes” controls=”yes”][zt_testimonial_item bgColor=”#f6f6f6″ textColor=”#747474″ name=”Alexandre Barazatti” company=”Gerente de pecuária da Gravataí Agro” borderRadius=”4″]”Para a integração lavoura-pecuária dar certo é preciso que a agricultura esteja totalmente envolvida com a pecuária e a pecuária totalmente envolvida na agricultura. Só da certo o sistema desse jeito, quando os dois ganham. Os dois têm de ser beneficiados.”[/zt_testimonial_item][/zt_testimonial]

 

Deixe um comentário