Unidade de Referência Tecnológica e de Pesquisa em Sistemas ILP da Embrapa Milho e Sorgo
A Embrapa e a Sementes Oeste Paulista (Soesp) ministraram um workshop sobre o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), em Sete Lagoas-MG, em 5 de julho. Participaram do treinamento 20 consultores de seis lojas da Casa do Adubo, que atendem todas as regiões de Minas Gerais.
A ILPF é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades.
“Nossa intenção é capacitar a equipe, para que eles transfiram o máximo de conhecimento técnico para os produtores. Temos esta rotina de treinamento todos os anos. E com a entrada da Soesp para a Rede ILPF, convidamos a Embrapa para difundir o sistema”, disse o supervisor comercial da Soesp, Claudinei Caldeira Henn.
Os temas ministrados no período da manhã foram “Características do Sistema ILPF”, pelo pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas) e “Manejo de Pastagem”, pelo zootecnista Diogo Rodrigues da Silva, da Soesp. À tarde, houve uma visita técnica à Unidade de Referência Tecnológica em Sistemas ILPF da Embrapa Milho e Sorgo.
Diogo Rodrigues falou sobre a escolha das forrageiras. “Trouxemos informações e ferramentas para que a equipe tenha melhores condições de indicar a forrageira mais adequada para a região deles. Abordamos as características de cada cultivar, para os diferentes tipos de sistemas. Com estas informações, o profissional e o gerente de pasto têm ferramentas para fazer uma recomendação mais assertiva de forrageira, para uso de maneira mais eficiente nos diferentes biomas do Brasil”, disse.
Em seguida, Miguel Gontijo ressaltou que o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta permite ao produtor diversificar suas atividades e reduz riscos financeiros, uma vez que assegura a obtenção de uma renda média da propriedade. “A ILPF permite aumentar a produtividade, por meio da utilização de tecnologias e manejo adequado. E viabiliza o aumento da eficiência do uso de insumos, mão de obra, equipamentos e recursos naturais, disse”.
Miguel acrescentou que os principais problemas na pecuária são a degradação de pastagens, a falta de alimentos durante o ano, no período da seca, e a baixa produtividade por animal e por área. Já na agricultura, a preocupação é com a monocultura, que ocasiona ocorrência de pragas e de plantas daninhas. A baixa fertilidade, a física do solo e a falta de palhada para o plantio direto também precisam ser observados.
“Por isso, uma grande ferramenta do sistema ILPF é o plantio consorciado, pois garante produção de silagem e forragem para a entressafra e de palhada para o período de seca. Quando o produtor usa a lavoura anual no sistema ele corrige a fertilidade do solo e obtém forragem e grãos para a entressafra de forma econômica”, relatou Miguel.
Dia de campo no sistema ILP
Durante dia de campo realizado na Unidade de Referência Tecnológica e de Pesquisa em Sistemas Integração Lavoura-Pecuária (ILP) da Embrapa Milho e Sorgo, o pesquisador Ramon Alvarenga apresentou os resultados dos últimos anos, destacando o balanço positivo do sistema principalmente na superação dos problemas com o veranico. “Hoje, temos o perfil de solo construído, o que garante a eficiência na produção agropecuária, especialmente em regiões com problemas climáticos como veranico e inverno seco”, ressaltou.
O sistema é composto por quatro piquetes. Três são cultivados na primavera/verão com soja, milho + braquiária e sorgo + panicum. O quarto é pastagem de panicum, dividido em cinco subpiquetes rotacionados, que recebem raças de bovinos especializadas no ganho de carne: Nelore x Angus e Nelore.
No outono/inverno os piquetes são pastagens. O acabamento dos animais se dá em confinamento, onde recebem uma dieta composta por silagem de sorgo BRS 658, grãos de milho e de soja desintegrados e núcleo mineral. A média anual de produção de carne está em 55,5 arrobas por hectare. Os dados foram apresentados pelo pesquisador Miguel Gontijo.
Por fim, o pesquisador Emerson Borghi, da área de Fitotecnia, apresentou uma área de pastagem com a braquiária BRS Piatã em sucessão ao milho. Esta técnica vem sendo muito utilizada em sistemas integrados onde ocorre a introdução do componente pecuária. “Essa braquiária ocupa lugar de destaque em sistemas integrados. Temos que levar em conta apenas a necessidade de se colher o milho mais cedo, para que a colheita seja bem-sucedida”, avalia.
Foto: Sandra Brito
Sandra Brito (MG 06230 JP)
Embrapa Milho e Sorgo
Guilherme Viana (MG 06566 JP)
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