Gestores em visita ao campo
Dirigentes da Superintendência do Ministério da Agricultura e da Embrapa em Sergipe e da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri-SE) aprofundaram, na terça (8), as articulações para efetivar a implantação do Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC) no estado.
As discussões aconteceram durante visita ao Campo Experimental Jorge Sobral, mantido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) em Nossa Senhora das Dores, no Médio Sertão Sergipano. Os chefes geral e Transferência de Tecnologia da Unidade da Embrapa, respectivamente, Marcelo Fernandes e Alexandre Nizio, receberam no campo o superintendente do Mapa Haroldo Araújo Filho e o secretário de estado da Agricultura André Bomfim.
Acompanhados por assessores técnicos, os visitantes viram no campo os diversos experimentos conduzidos pela Embrapa que envolvem sistemas integrados de produção com foco na compensação e neutralização das emissões de carbono por meio da absorção do elemento, realizada por espécies arbóreas e leguminosas.
Entre as tecnologias demonstradas estão o sistema ILPF (Integração Lavoura – Pecuária – Floresta) com uso de espécies leguminosas e arbóreas como moringa, acácia e gliricídia, que proporciona alta fixação de nitrogênio no solo. Os gestores conheceram também experimentos com produção de grãos – milho e soja – de maneira integrada com a gramínea forrageira braquiária, que promove grande melhoria das propriedades do solo e ganhos de produtividade.
A aplicação de tecnologias de agricultura de precisão – uso de drones com câmeras especiais para detectar deficiências de nutrientes e em pontos específicos das áreas plantadas também foi apresentada por pesquisadores.
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Um dos encaminhamentos definidos pelos gestores estaduais e federais foi a criação de um comitê gestor do Plano ABC em Sergipe, que irá coordenar as ações de implantação e desenvolvimento da iniciativa. Entre as diretrizes está a ampliação dos experimentos de campo e a instalação de unidades demonstrativas em áreas de produtores parceiros, que atuarão como multiplicadores das tecnologias e boas práticas.
Para o secretário André Bomfim, o fortalecimento das parcerias entre o Governo do Estado e os entes federais que atuam em Sergipe é grande ponto de partida para efetivação do Plano ABC no estado. “Só com essa articulação coletiva será possível levar aos produtores, sejam pequenos, médios ou grandes, as tecnologias que são fruto das pesquisas da Embrapa nos campos experimentais, que são capazes de proporcionar o que o produtor procura e que todos nós buscamos: aumento de produtividade, incremento de renda e garantia de maior sustentabilidade para o meio ambiente”, destacou.
Ele informou que um termo de cooperação que cria o comitê gestor e define linhas gerais para a execução do Plano ABC em Sergipe está sendo preparado e deverá ser assinado pelos representantes dos órgãos federais e estaduais.
O superintendente do Mapa em Sergipe reforçou que um programa federal dessa magnitude não acontece de forma isolada, sem a conjunção de esforços e competências de vários parceiros. “Essa visita marca um momento importante nesse processo, que levará à criação do comitê gestor e consequentemente à efetivação das políticas desenhadas no plano”, ressaltou.
Participaram da visita, pela Embrapa, os pesquisadores Edson Patto e Evandro Muniz, o supervisor de campo Pablo Melo e o técnico Gênison Trindade. Acompanhou o secretário o assessor Hugo Carlos Vieira Coelho. O superintendente do Mapa foi acompanhado pelo superintendente substituto André Barreto, responsável pela gestão do Plano ABC em Sergipe, e o chefe substituto da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento, David Guimarães de Andrade.
Plano ABC
O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC) é um dos planos setoriais elaborados de acordo com o artigo 3° do Decreto n° 7.390/2010 e tem por finalidade a organização e o planejamento das ações a serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, selecionadas com o objetivo de responder aos compromissos de redução de emissão de gases do efeito estufa (GEE) no setor agropecuário assumidos pelo país.
O Plano ABC é composto por sete programas, seis deles referentes às tecnologias de mitigação, e ainda um último programa com ações de adaptação às mudanças climáticas:
• Programa 1: Recuperação de Pastagens Degradadas;
• Programa 2: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs);
• Programa 3: Sistema Plantio Direto (SPD);
• Programa 4: Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN);
• Programa 5: Florestas Plantadas;
• Programa 6: Tratamento de Dejetos Animais;
• Programa 7: Adaptação às Mudanças Climáticas.
A abrangência do Plano ABC é nacional e seu período de vigência é de 2010 a 2020, sendo previstas revisões e atualizações em períodos regulares não superiores a dois anos, para readequá-lo às demandas da sociedade, às novas tecnologias e incorporar novas ações e metas, caso se faça necessário.
Foto: Saulo Coelho
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
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