13ª edição do Dia de campo da Santa Brígida

Devido à pandemia, a 13ª edição do Dia de campo da Santa Brígida, que seria realizada presencialmente em 2020, teve que ser cancelada. No ano de 2021, ainda com esse cenário de lockdown, nos reinventamos e resolvemos fazer o Encontro Internacional Santa Brígida Open Farm.
Evento 100% virtual, e que conta com a participação de grandes pesquisadores e autoridades no assunto. Claro que fazer o dia de campo presencial é insubstituível. No entanto, o evento virtual trouxe a grande vantagem de reunirmos em um só evento grandes autoridades no assunto e poder alcançar pessoas de todo Brasil e de todo mundo.

Santa Brígida Open Farm é um encontro virtual que aborda temas de relevância internacional sobre a produção integrada e sustentável no trópico brasileiro, utilizando a tecnologia da Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF). Sua primeira edição ocorreu nos dias 9 e 10 de junho de 2021.

 

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Webinar vai orientar o manejo das pastagens de inverno – 30/03/2021

Responsável pela biblioteca explica como acessar, na prática.

Biblioteca Geoespacial, sob a responsabilidade da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP),  armazena dados referentes a projetos da Embrapa que apresentam mapas como resultado. Nela são disponibilizados dados para consulta (mapas e textos em pdf) e dados que podem ser editados e utilizados em projetos: shapes, tabelas e textos de dados geoespaciais gerados pela equipe da Unidade.

Um desses dados é o documento com a tabela dos dados socioeconômicos dos municípios brasileiros, que foi utilizada na priorização de áreas para ações de transferência de tecnologia em ILPF dos municípios brasileiros, realizada em 2017.

O analista da Embrapa Meio Ambiente e responsável pela Biblioteca, Sandro Pereira, dá um exemplo de como obter acesso aos dados com relação a esse trabalho sobre priorização em ILPF, mostrando como obter as informações sócio-econômicas detalhadas dos municípios do Brasil compiladas no trabalho.

“A vantagem da Biblioteca é que permite a busca por projeto”, diz Sandro. Conforme o analista, basta você procurar por esse nome no menu “Consulta por atributos”, por exemplo. Assim, ao pesquisar pelo termo “socio-econômicos” e clicar em “Consultar acervo” o usuário terá acesso ao documento “DADOS SOCIO-ECONÔMICOS PARA PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS PARA AÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA EM ILPF DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS EM 2017 (SHP)”, que foi gerado para a escala 250.000 no ano de 2016 e possui arquivo para download.

Entretanto, se quiser consultar o que existe disponível do Projeto ILPF, é preciso acessar o menu “Consulta por projetos” e selecionar o projeto “ILPF – ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA TT”, obtendo, assim, acesso a tudo que foi gerado no projeto, para o qual existem dados da escala local (1:250.000) até a escala de mesorregião.

Os resultados tabulares apresentam os resultados que são uniformes para todo o território do município. “Os resultados geográficos (shp) apresentam informações que têm variação dentro da área do município. E, para saber o seu comportamento geral, é necessário generalizar para a área do município. Da mesma forma que fizemos para obter a prioridade municipal e a prioridade da microrregião”, explica Sandro.

Todos os documentos disponibilizados possuem um arquivo de metadados com conteúdo que permite sua citação em referências, a explicação de como o dado foi gerado, suas possibilidades de uso, a descrição do conteúdo de cada coluna (atributo) do shape ou da planilha.

Além disso, a equipe mantém-se à disposição para resolver as dúvidas em relação a qualquer dado disponível no portal. O analista gostaria de lembrar que há outra ferramenta disponível: o Geoinfo, com acesso a dados geoespaciais onde existe uma visualização prévia do dado que deseja baixar. 

 

Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
Embrapa Meio Ambiente

Contatos para a imprensa

Telefone: 19-99262-6751

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Tecnologias poupa terra garantem mais produtividade e sustentabilidade à produção agrícola – 24/04/2021

A programação do terceiro dia do AgriTrop 21 abordou o desafio da transformação dos sistemas agroalimentares 

Sistemas integrados, plantio direto e fixação biológica de nitrogênio e fósforo são exemplos concretos que comprovam o bom desempenho dessas técnicas no Brasil  

As tecnologias denominadas poupa-terra estão entre os principais destaques da agricultura tropical brasileira pela capacidade de aumentar a produção de alimentos em áreas já utilizadas para cultivo, evitando desmatamento de florestas e áreas de matas nativas. Exemplos concretos dessas tecnologias que já ocupam milhões de hectares em todo o Território Nacional, movimentando bilhões de reais, foram o tema da palestra de abertura do terceiro dia de realização da Semana Internacional de Agricultura Tropical (AgriTrop 21), proferida pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Guy de Capdeville. O evento, promovido pela Embrapa e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) reúne mais de 1.000 inscritos entre os dias 22 e 26 de março e está sendo transmitido nas plataformas digitais das duas instituições. Mais informações estão disponíveis na página do AgriTrop.

Uma das principais vantagens das tecnologias poupa terra, na visão de Capdeville, é que atendem a produtores de todos os portes: pequeno, médio e grande. “Trata-se de modelos extremamente democráticos e que têm alcançado resultados impressionantes em todos os biomas brasileiros”, complementou. Em breve, a Embrapa vai lançar uma publicação sobre essas tecnologias.

O diretor apresentou exemplos de tecnologias poupa terra já consolidadas no Brasil e que podem ser expandidas para outras regiões da faixa tropical do globo. Entre elas, destaca-se os sistemas ILPF, que integram lavoura, pecuária e floresta em uma mesma área. Esses modelos integrados podem utilizar cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de modo que haja benefício mútuo para todas as atividades. Em 2015, ocupavam uma área de aproximadamente 11 milhões de hectares no Brasil. Em 2021, esse número saltou para 17 milhões.

Os sistemas ILPF aliam produtividade e benefícios ambientais, especialmente para a mitigação da emissão de gases de efeito estufa (GEE). “São modelos de produção que se adaptam com facilidade a todas as regiões brasileiras e têm sido bastante importantes para o aumento de renda e geração de empregos na região Nordeste do País, a partir do consórcio de macaúba com outras culturas”, explicou.

As tecnologias poupa-terra têm tido impacto significativo na exportação de frutas. Dados de 2018 apontam que a produção mundial de frutas é de cerca de 930 milhões de toneladas em pouco mais de 80 milhões de hectares. A contribuição brasileira é de 42,4 milhões de toneladas, ou seja, 4, 6% do total em uma área 2,5 milhões de hectares. Para cada hectare cultivado com frutas, dois empregos são criados, totalizando cinco milhões. As principais tecnologias sustentáveis utilizadas na produção de frutas são: produção integrada, gestão da cobertura do solo, manejo de água e nutrientes, controle de pragas e doenças e gestão pós-colheita.

Segundo Capdeville, a estimativa do efeito poupa terra na produção de frutas para exportação, de acordo com dados do IBGE, aponta para um aumento de produtividade de 64% entre a década de 1990 e 2018. “O que mais salta aos olhos é a área poupada em 2018, que foi superior a 900 mil hectares”, enfatiza. O cultivo de 11 fruteiras – laranja, banana, melancia, manga, limão, uva, maçã, melão, tangerina, abacaxi e mamão – corresponde a aproximadamente 38% da área cultivada no Brasil, que é de cerca de 2,5 milhões de hectares.

O diretor ressaltou também o impacto das tecnologias poupa-terra na produção de soja. Na safra de 2019/20, foram produzidos 251 milhões de toneladas de grãos em uma área de 65,8 milhões de hectares. A contribuição da soja para esse montante foi de 120,9 milhões de toneladas em 36,9 milhões de hectares, o que representa uma produtividade de aproximadamente 3 kg/hectare. A soja responde por 3,6% dos empregos gerados pelo agro no Brasil.

“Se nos reportarmos a década de 1970, sem a tecnologia existente hoje para produção de soja no Brasil, para manter esses índices de produtividade, seria necessário expandir a área em 195%. Com a ciência e as tecnologias poupa-terra conseguimos preservar uma área de 71 milhões de hectares”, complementou Capdeville.

O mesmo se deu com o algodão. Entre os anos de 1976 e 2019, a produção cresceu de 1,2 milhão para 4,3 milhões, enquanto a área foi reduzida de 4 milhões de hectares para 1,7 milhão. Esse resultado é fruto de várias tecnologias, entre as quais se destacam: cultivares melhoradas geneticamente, plantio direto, que abrange técnicas sustentáveis de manejo do solo, e o cultivo do algodão em sistemas ILPF, entre outras.

No geral, o uso de tecnologias poupa terra na agricultura nas últimas quatro décadas levou a um salto de produtividade de 280 Kg/ha para 2.600 Kg/ha, preservando 13,3 milhões de hectares.

“Esses números mostram claramente que sem tecnologia não há sustentabilidade. E para levar a ciência ao campo, contamos com o apoio dos produtores brasileiros, que são altamente receptivos aos avanços tecnológicos”, concluiu o diretor da Embrapa.

Digitalização é sinônimo de democracia no campo

O professor da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Paulo Leme, endossou a afirmação de Capdeville A aplicação de tecnologias agrícolas, sociais e digitais é fundamental na construção de mercados sustentáveis no Brasil. A agricultura 4.0 veio para revolucionar e democratizar a agricultura, acredita Leme.

Prova disso é o café, cuja produção quadruplicou nas últimas cinco décadas, de forma sustentável, com redução de área plantada. No início do Século XX, os cafeicultores produziam cerca de sete sacas por hectare. Hoje, esse número saltou para 30 e até, 60, em casos de produtores mais tecnificados.

Além da sustentabilidade, o diferencial no caso do café é a qualidade. “A cafeicultura familiar no Brasil é um exemplo para o mundo”, ressaltou o professor, lembrando que isso se deve à alta produtividade (tecnologia), rentabilidade (associativismo e cooperativismo) e diferenciação (cafés especiais e certificação). Ele citou o projeto “Ufla pelo comércio justo”, que certificou 18.500 famílias produtoras de café e laranja

“A cafeicultura tem garantido à agricultura familiar qualidade de vida no campo e, acima de tudo, dignidade. As tecnologias sociais e mercadológicas perpetuam o trabalho das famílias e atraem jovens para o campo”, ponderou.

Agenda global para a pecuária sustentável

O representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) Eduardo Arce falou sobre a Agenda Global para Pecuária Sustentável (GASL), criada pela instituição para atender a demandas de governos mundiais nos anos 2000, por mais sustentabilidade na produção de gado de corte e leite.

Apesar de ser uma atividade de extrema importância socioeconômica para os países e para a alimentação mundial, a pecuária é frequentemente associada a danos ambientais, como por exemplo, o aumento de 14% na emissão de gases de efeito estufa (GEE), além do potencial de desmatamento, entre outros.

A GASL é uma agenda aberta e envolve 177 parceiros públicos e privados para fomentar a sustentabilidade na pecuária. Desses, 26 são da América Latina, incluindo a Embrapa e o IICA. Segundo Arce, o papel dela é atuar como catalisadora dos parceiros na conversão dos sistemas de produção para modelos mais sustentáveis, como os que usam ILPF, em parceria com a Embrapa.

Ele lembrou a importância da Cúpula dos Sistemas Alimentares, a ser realizada em setembro em Nova York, que faz parte dos objetivos do AgriTrop. Os resultados da GASL serão apresentados no evento mundial.

Intensificação da agricultura e irrigação

O engenheiro agrônomo Durval Dourado, professor da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) apresentou dados sobre a capacidade de intensificação (para uso na agricultura) e expansão (para uso da pecuária) da irrigação no Brasil, com base em dados em estudo elaborado pela área de políticas públicas da Esalq feito com informações de vazão de recursos hídricos superficiais da Agência Nacional de Águas. 

De acordo com o levantamento, o Brasil tem potencial para expandir a área irrigada em 15,5 milhões de hectares (ha), sendo 8 milhões para a agricultura e 7,5 milhões de ha para pecuária.

Atualmente, o Brasil possui 5,3 milhões de ha de área irrigada. Se utilizada toda a área identificada no estudo, o país passaria para 20,3 m ha. Conforme explica o professor, considerando que em áreas irrigadas é possível obter duas safras, os 20 milhões há seriam equivalente s 40 milhões há. O cálculo não inclui a área de cana-de-açúcar fertirrigada (2,9milhões há)

“O Brasil tem potencial para atender a demanda mundial com expansão e intensificação da agricultura irrigada associada com outras estratégias. Em 2016, tínhamos 7 bilhões de pessoas no mundo e o Brasil era responsável por produzir alimentos para cerca de 1,2 bilhão de pessoas, mas a FAO nos passou a incumbência de produzir 40% da demanda que vai haver de produção de alimentos devido ao aumento da população para 9,8 bilhões de pessoas em 2050”, disse.

“Se nós pegarmos 40% de 2,8 bilhões, isso significa 1,12 bilhões. Se somarmos 1,2 bilhão com 1,12 bilhão, o que vamos produzir a mais, vamos ter que ser responsável para atender a demanda de 2,32 bilhões de pessoas. Uma das estratégias para isso vai ser a agricultura irrigada”, explicou.

No total, o Brasil possui 851 milhões de hectares, dos quais 66% com vegetação natural, 22% sendo usada para pastagem, 9% com agricultura, apenas 1% com silvicultura e 2% com outros usos urbanos e infraestruturas. “A ideia é e aumentar a área agrícola irrigada e expandir o uso pela pecuária sem desmatar um único hectare”, disse.

Ele explica que foram consideradas áreas com aptidão agrícola, havendo disponibilidade de água superficial, mão de obra especializada, infraestrutura, energia, (transporte e navegação), capacidade de armazenamento e conectividade.  

Normalmente, o Brasil adiciona aos sistemas produtivos algo em torno de 250 mil ha por ano, mas a capacidade instalada da indústria chega 500 mil ha por ano. Se nós fizermos a conta, teríamos algo como 31 anos para atingir esse 15,5 milhões de hectares”, disse.

Pandemia abre caminho para produção de frutas orgânicas

A pandemia tem sido uma oportunidade para os produtores de frutas orgânicas, disse Alberto Vilarinos, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, que falou sobre Fruticultura Orgânica: sustentabilidade de valor. “As pessoas estão mais interessadas em alimentos mais saudáveis que reforcem o sistema imunológico e também em produções mais sustentáveis”, disse. “Então, as frutas orgânicas tem tudo a ver com o alimento do futuro.

Segundo ele, mesmo com a pandemia, o Brasil, que é o terceiro maior produtor mundial de frutas, atrás da China e da Índia, aumentou em 6% as exportações de frutas, em geral, no ano passado, mas ele vê aumento no interesse por frutas orgânicas.

Ele contou que a Embrapa já validou sistemas produtivos orgânicos para banana para abacaxi, manga, maracujá e para e as spondías no Nordeste (umbu, cajazeiras, entre outras) e tem desenvolvido bananas e abacaxis orgânicos resistentes a doenças e formigas.

Segundo Vilarinhos, a produção e o consumo de orgânicos no mundo tem aumentado devido a expansão da demanda na Europa, nos Estados Unidos e na China. Desde o ano 2000, a média mundial de crescimento anual de produtos orgânicos no varejo tem sido de 11% , um indicador que expressa o dinamismo, principalmente quando comparadas às vendas de produtos convencionais.

“Nos próximos anos, a demanda internacional deve continuar crescendo, pois as pessoas associam os orgânicos a saúde, segurança alimentar e a um menor impacto ambiental da produção”, disse. Do ano 2000 até 2019, o aumento mundial de terras cultivadas com orgânicos foi de 381%, um salto de 14,98 milhões de ha para 72,28 milhões de ha. De acordo com o especialista, embora impactante, o número representa ainda 1,4% quando se compara à área destinada à agropecuária no mundo.A maior área de orgânico está na Oceania, especialmente na Austrália, com 35,88%, seguida da Europa com 16,52%.

O Brasil destina 1,28% à produção de orgânicos, atrás da Ásia, Estados Unidos, África e o resto da América Latina. Ásia e África, porém, são os que mais empregam mão de obra na produção de orgânicos. Em termos de produtividade, a Europa e a Ásia têm as maiores rentabilidade para orgânicos no varejo.

“O maior desafio está relacionado a custos, pois os processos de certificação são caros e não padronizados. Além disso, as cadeias são maiores, portanto, há mais gastos com energia e as conversões de produção convencional em orgânicos são lentas, o que mantém esse mercado, embora em expansão, em um nicho acessível em mercados mais elitistas”, ponderou.

Ele explicou que no Brasil o crescimento do mercado de orgânicos é mais lento devido a questões como custo da terra, logística, transporte e insumos. Além disso, pesquisas, e assistência técnica estão voltados majoritariamente para a agricultura convencional, que é o carro chefe da economia brasileira atualmente

Outro desafio é a falta de dados oficiais que dificulta o planejamento estratégico, mas em 2020 o Brasil registrou um aumento de 30% na produção de orgânicos, segundo a Associação para a Produção de Orgânicos (Organis) e gerou US$ 1 bilhão.

“O Brasil possui um processo de certificação participativa e políticas de compra de alimentos da agricultura familiar, o programa de alimentação escolar que são alvos de interesse de outros países, o que valoriza a produção local.

Sistemas alimentares

Em sua fala sobre sistemas alimentares em diferentes escalas, o holandês Walter de Boef, da Universidade e Centro de Pesquisa Wageningen, explicou porque embora a Holanda seja mais de 200 vezes menor do que o Brasil, os dois países estão entre os principais exportadores da agropecuária. Juntos, os dois países respondem por 15% das exportações do mundo. O Brasil é o líder nas exportações de soja e oleaginosas e a Holanda, de flores e lácteos.

“Nós desenvolvemos uma estrutura de sistemas alimentares, que só pode avançar quando há um vínculo muito forte com os “drivers”, ou seja, os fatores socioeconômicos e ambientais, que movimentam e impulsionam o sistema. Para nós, essa abordagem é muito importante porque combina metas objetivas com uma estrutura. Estamos trabalhando com perspectivas futuras agrícolas na Holanda e em vários países da África”, contou. 

Segundo ele, a Holanda, assim como o Basil de Alysson Paolinelli, também contou com visionários como o ex-ministro da agricultura Sicco Mansholt que, no pós-segunda Guerra Mundial, foi responsável por aplicar uma forte política de autonomia de produção de grãos, quando todos os países da Europa enfrentavam fome, e também colaborou com a Política Agrícola Comum (PAC).

“A intensificação do uso de conhecimento na Holanda começou há 100, no início do século 20, quando a base agrícola da Holanda ficou frágil e caíram as exportações. Isso aconteceu na época da fundação da nossa universidade e é importante destacar que já nesta época havia uma política pública de especialização. Na minha família, meu avô foi o primeiro a trabalhar com horticultura e o país começou, pouco a pouco, com a produção de flores, agora somos quase 50% da produção de flores do mundo”, contou. 

Para Boef, este ano, temos quatro eventos internacionais para discutir como será o perfil da agricultura no futuro e será uma oportunidade para a reflexão sobre as responsabilidades dos atuais líderes sobre como avançar para o futuro. Ele explicou que atualmente a Holanda coloca foco não apenas na segurança alimentar, mas também na alimentação e nutrição, e leva a sério as medidas de adaptação às mudanças climáticas, tema incorporado na vida política do país.  “Estamos buscando formas de combinar floresta e vida animal. Na última semana, tivemos eleições nacionais e um dos temas em discussão foi o impacto de reduzir emissões de CO2 e de nitrogênio na agricultura e no setor pecuário. Outro elemento importante o “Green Deal”, a política pública europeia que, entre outras coisas, estabelece cadeias de valor mais curtas.

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Embrapa participa de debate internacional sobre o desafio da inovação e da sustentabilidade no agronegócio – 08/12/2020

Recrudescimento do protecionismo e obrigações regulatórias impactam inovação no agro

A Embrapa esteve representada pela Diretoria Executiva de Inovação e Tecnologia (DE-IT) em evento internacional que reuniu representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e do European Risk Forum (ERF) para discutir o desafio da inovação e da sustentabilidade no agronegócio. O webinar foi promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em parceria com a Basf nesta terça-feira, 8/12.

Na abertura, o representante do núcleo do Agro do Cebri, Luiz Fernando Furlan, lembrou a pujança do agronegócio brasileiro, destacando que mesmo durante a pandemia o setor registrou superávit na balança comercial. Por outro lado, Furlan focalizou o recrudescimento do protecionismo num cenário em que países como Rússia, Arábia Saudita e China investem em segurança alimentar e na não dependência de importações, bem como na criação de estoques regulatórios para evitar desabastecimento. Segundo alertou, o contexto torna relevantes fatores como rastreabilidade e bem-estar animal.

“Temos dois grandes desafios: o novo ciclo de inovações e a questão da sustentabilidade que, no Brasil, devem andar mais juntos ainda”, disse o mediador do debate Marcos Jank (Cebri e Insper) – também numa referência aos movimentos protecionistas de mercados internacionais. Jank igualmente destacou o histórico domínio do País em tecnologias tropicais, citando a revolução do processo de produção com a introdução das duas safras anuais, além do plantio direto, da Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) e da agricultura de baixo carbono, remetendo à atuação da Embrapa.
  
Já diretora de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, reforçou o empenho da instituição em se manter no protagonismo do desenvolvimento de modelos competitivos da agricultura nacional por meio do investimento em parcerias com o setor privado e aproximação com startups. Agricultura digital e rastreabilidade, além do investimento em bioeconomia, segurança alimentar e nutricional e o desenvolvimento territorial sustentável são prioridades da PD&I que constam do Plano de Desenvolvimento Estratégico da empresa, apresentadas pela gestora como aderentes à agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, os ODSs.

Martin destaca a importância de a Embrapa estar presente em fóruns internacionais, onde possa apresentar os avanços que a empresa tem gerado em pesquisa e inovação e esforços na conciliação dos três pilares da sustentabilidade, o social, o econômico e o ambiental.

Inovação e Precaução 

O membro do European Risk Forum (ERF), Paul Leonard, também fez referência à importância do atendimento aos ODSs. Convidado a falar sobre a importância do aprimoramento e modernização da regulação, levou a temática dos princípios da inovação e da precaução para o debate da sustentabilidade. O biólogo defendeu que os conceitos não são excludentes, mas complementares, quando se trata de aspectos inovadores, tecnológicos e sustentáveis. 

Leonard concorda que o modelo regulatório adotado no Brasil pela CTNBio, em que a liberação de transgênicos é analisada caso a caso, seja o mais adequado no contexto de estímulo à inovação, “a questão não é a tecnologia, mas a sua aplicação”. No entanto, reconheceu que ainda há desafios no que diz respeito à adoção de tal compreensão pela União Europeia, a despeito de esforços em contrário mantidos por organizações do setor produtivo, em especial, como apontou. 

Para a Superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, “o produtor impacta, não é apenas impactado pelas inovações”. A advogada argumentou que no contexto brasileiro é necessário observar tanto o segmento que já adota como também os pequenos e médios produtores que, para adotar novas tecnologias, precisam se livrar de obrigações regulatórias nacionais e internacionais – que às vezes se sobrepõem, impactando negativamente no preço final do produto junto ao consumidor, disse Dutra, defendendo uma regulação padronizada pelos Países. 

40 anos da Abipti

Também na terça-feira (8), a diretora executiva da DE-IT, Adriana Regina Martin, participou de um encontro virtual em comemoração aos 40 anos da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (Abipti), que reúne mais de 140 instituições com a missão de representar e promover a participação das entidades de PD&I no estabelecimento e na execução de políticas voltadas para o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Adriana integra a diretoria da Abipti, empossada em agosto deste ano no cargo de vice-presidente da região Centro-Oeste. Em 2020, a diretoria concentrou esforços nas regiões Norte e Sul, com agenda nas demais regiões prevista para 2021. “Sinto grande satisfação em compor a diretoria de duas instituições tão relevantes como a Embrapa e a Abipti, que têm fortalecido o ecossistema de inovação nacional”, comentou a gestora.

 

Acesse aqui a íntegra do debate promovido pelo Cebri.

 

 
 

Valéria Cristina Costa (Mtb. 15533/SP)
Secretaria de Inovação e Negócios (SIN)

Contatos para a imprensa

Carolina Rodrigues Pereira (11055-MG)
Secretaria de Inovação e Negócios (SIN)

Contatos para a imprensa

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Artigo – Agricultura e Meio Ambiente no pós-Covid19: o imperativo da sustentabilidade – 14/07/2020

Resgatando o conceito de sustentabilidade, cunhado em 1987 no “Relatório Nosso Futuro Comum” da Comissão Brundtland, entendemos o desenvolvimento sustentável como aquele capaz de “atender as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades”. Neste sentido, o relatório afirma que “o desenvolvimento sustentável requer que as sociedades atendam às necessidades humanas tanto pelo aumento do potencial produtivo como pela garantia de oportunidades iguais para todos”.

Mais recentemente, em 2015, houve o lançamento de outro marco que mostra a amplitude da sustentabilidade. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma coleção de 17 objetivos globais projetados para ser um “plano para alcançar um futuro melhor e mais sustentável para todos”. Os ODS, estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas trazem metas ambiciosas que devem ser alcançados até 2030, conhecida como Agenda 2030.

Sustentabilidade, portanto, não é um conceito abstrato. Ela se transforma em um ativo quando temos métricas adequadas que conjugam economia, meio ambiente e pessoas na mesma equação, onde o resultado é positivo para todos. É um imperativo, trazido à discussão pelas mudanças do clima que vivemos nas últimas décadas e acelerado pela recente, ainda em curso, pandemia que paralisou o mundo e mexeu com o status quo do planeta.

Na última reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, ficou muito clara a mudança de postura frente a estas questões. As palavras de Klaus Shwab, fundador do evento, de que o atual modelo econômico não é sustentável e vai ter que mudar para incorporar tolerância zero com a corrupção, proteção ao meio ambiente, uso ético de informações privadas e respeito aos direitos humanos em toda a cadeia de fornecedores repercute em todos os países.

Daqui em diante não podemos mais dizer que meio ambiente é apenas objeto de ativistas de diferentes espectros ideológicos, de onguistas ou de europeus. Ao contrário, os maiores líderes mundiais de negócios e investidores estão entendendo que a mudança é importante e urgente.

É questão de mercado, de negócio. É criar vantagem competitiva. E vale para todo tipo e tamanho de produtor. Envolve agregação de valor (certificações de origem, sequestro de carbono, manutenção da biodiversidade), construção de marca e imagem, conquista de consumidores, desde pequenos circuitos curtos de comercialização até os grandes mercados internacionais. E diz respeito também à própria sobrevivência e longevidade do negócio.

Então, sustentabilidade é algo concreto, mensurável, que pode ser construído e pode ser precificado. E entrou definitivamente na agenda da agricultura. É inexorável esse caminho. Estamos inseridos em mercados globais que exigem isso, e já temos consciência que não há outra forma de seguirmos adiante.

Temas como a intensificação produtiva sustentável, sistemas de produção de base ecológica, defesa sanitária, melhor uso de agrotóxicos, novos insumos derivados da biodiversidade, segurança dos alimentos, geração e pagamento por serviços ambientais, dentre outros, estão na agenda nacional e internacional. Todos estão de olho no Brasil. Somos um grande player neste jogo e nossos movimentos serão sempre monitorados com lupa.

O caminho percorrido

Se no passado o aumento da produção era baseado na ampliação de área sem maior preocupação com as consequências, hoje o crescimento da agricultura e pecuária está pautado pelo ganho de produtividade e com preocupação ambiental. Assim, os avanços em produtividade garantem efeitos poupa-recursos, além de aprofundar a consciência ambiental dos produtores.

De fato, a agropecuária brasileira vem fortemente sendo beneficiada por tecnologias próprias para o mundo tropical, desenvolvidas especialmente a partir da década de 70, que teve como marco a fundação da Embrapa, em 1972. Desde então, com o fortalecimento da ciência voltada para a agricultura, o país passou a experimentar crescimentos extraordinários impulsionados por ganhos de produtividade por hectare. Nestes quase 50 anos, e mais intensificado nas últimas três décadas, a área plantada com grãos cresceu 61 % no país, enquanto a produção aumentou 312%, cinco vezes mais.

Para exemplificar segue uma simples conta: se tivéssemos mantido a produtividade média por hectare que o país tinha em 1990, seriam necessários mais 95 milhões de hectares para colher a safra obtida em 2016/17. Em outras palavras, poupamos estes 95 milhões de hectares de florestas ou cerrados do desmatamento para fins de uso agrícola. Hoje a safra de grãos do país ultrapassa os 250 milhões de toneladas, enquanto o uso da terra gira em torno de 29% do território nacional para produção agropecuária, aqui incluindo além dos grãos, frutas, hortaliças, culturas perenes, culturas energéticas, fibras e produção de proteína animal. É, portanto, imenso o potencial de crescimento do agronegócio brasileiro. Em todos os casos, a área plantada cresceu menos do que a produção, poupando mudança maior de uso da terra.

Temos um arcabouço legal e de políticas públicas robusto. Não podemos deixar de citar aqui exemplos que conversam diretamente com a agricultura: Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o Programa Nacional de Solos do Brasil (Pronasolos), o Programa de Bioinsumos, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) a Lei de Pagamentos de Serviços Ambientais em construção no Congresso, a ratificação do Acordo de Nagoia sobre biodiversidade e outros marcos importantes. Sem, é claro, esquecer do Código Florestal Brasileiro, que mesmo ainda carecendo de plena implementação é um marco sem igual em nenhum outro país e que nos permite ter APP e Reserva Legal convivendo com a área produtiva dentro de cada fazenda do país.

Temos que reconhecer que, para além destes acertos, cometemos erros no passado. E ainda alguns perduram no presente. Como consequência, existem hoje no Brasil cerca de 50 milhões de hectares de áreas degradadas. Mas, essa área já antropizada e de baixa produtividade pode ser um grande trunfo para a transformação. Temos um forte “ecossistema” de geração conhecimentos, tecnologias e inovação que podem tornar essas áreas produtivas e, assim, multiplicar a produção de alimentos, fibras e bioenergia sem necessidade de avançar sobre qualquer vegetação nativa.

Um exemplo que podemos tirar do projeto MapBiomas – uma rede brasileira de 15 instituições de pesquisa que mapeou todas as mudanças no uso da terra no Brasil desde 1985 até 2017 – é o que ocorreu no estado de São Paulo. A área de cultivo agrícola dobrou desde 2000, crescendo essencialmente sobre as pastagens sem que o Estado diminuísse a produção pecuária. Com isso, a Mata Atlântica cresceu. São Paulo hoje tem mais floresta, mais agricultura e mais boi. Isso permite tratar a sustentabilidade como negócio, aumentando a produção, a produtividade e a renda, agregando valor e fortalecendo a imagem do agronegócio.

O papel de cada um e de todos

A sustentabilidade só é possível quando todos os atores estão envolvidos em todo o “ciclo de vida” da geração de riqueza. Isso inclui desde aqueles que estão antes da porteira como as indústrias de insumos e máquinas, seguido daqueles diretamente envolvido nos sistemas produtivos dentro da porteira, bem como os distribuidores e consumidores – que hoje são agentes de mudança fundamental, assumindo protagonismo crescente na regulação de mercados, especialmente de alimentos. Inclui também, de forma transversal ao longo de toda essa cadeia, os agentes públicos (governos), responsáveis pela regulação dos sistemas e geração de políticas públicas efetivas e, finalmente, as organizações públicas e privadas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologias e conhecimentos que irão alimentar todo o ciclo.

É claro que temos desafios enormes pela frente e não é sem esforço e, às vezes, com conflitos de ideias e interesses que vamos ter que avançar. Mas há uma certeza: qualquer novo padrão tecnológico na agricultura terá que se nortear pela consolidação de sistemas de produção limpos, com balanço positivo de carbono, que integrem as cadeias, promovam a inclusão produtiva e gerem e remunerem as externalidades positivas.

O acelerado avanço das tecnologias da informação e de comunicação, com a proliferação das mídias sociais e plataformas digitais, está modificando radicalmente as relações entre empresas produtoras de alimentos e os consumidores. Maior acesso a computadores e celulares, internet de baixo custo e Wi-Fi estão propiciando aos consumidores grande acesso à informação e compartilhamento de experiências e avaliações de produtos e marcas, que ampliam seu poder na tomada de decisão no momento da compra. As mudanças indicadas pelos consumidores estipulam que a produção de alimentos precisa atender a distintos atributos: sensorialidade e prazer, saudabilidade e bem-estar, conveniência e praticidade, confiabilidade e qualidade e sustentabilidade e ética.

A prática, não só o discurso, de uma agricultura sustentável não é mais uma opção, mas sim uma necessidade imperativa para aqueles que querem permanecer no negócio e para agregar aqueles, especialmente pequenos, que ainda estão fora do mercado.

Portanto, há espaço para ampliar a produção e a conservação. E reforço: produzir, crescer e preservar tem que ser uma relação ganha-ganha-ganha. O Brasil está pronto para ser o maior produtor mundial de alimentos em bases sustentáveis. Depende de como vamos usar todos esses recursos naturais, tecnológicos e sociais que temos. Há oportunidades se abrindo para todos os tipos e tamanho de propriedade desde a agricultura de base ecológica até grandes sistemas produtivos. O grau de dificuldade de inserção neste conceito de sustentabilidade depende da situação da propriedade, do acesso a conhecimento e tecnologias e, obviamente, da capacidade de investimento e expectativa de retorno.

O mundo e as oportunidades pós Covid-19

Como já apontado por vários especialistas, o mundo pós-pandemia será dominado pela combinação de três “S” – Saúde, Sanidade e Sustentabilidade.

Isso está alinhado com o que afirma Jeffrey D. Sachs, diretor do SDSN (Sustainable Development Solutions Network) sobre o recém divulgado relatório Sustainable Development Report 2020: “os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são necessários mais do que nunca. Seus princípios fundamentais de inclusão social, acesso universal a serviços públicos e cooperação global são as diretrizes para combater a Covid-19, bem como para a recuperação liderada por investimentos que o mundo deve adotar para superar crise econômica causada pela pandemia.

O relatório deste ano se concentra na luta de curto prazo para vencer a pandemia Covid-19, enfatizando a importância das estratégias de saúde pública e nas transformações de longo prazo para guiar a fase de recuperação. Como mostra o relatório, houve um claro progresso nos ODS antes da pandemia. Com políticas sólidas e forte cooperação global, podemos restaurar esse progresso na próxima década”.

Todos investimentos de agora para frente serão avaliados também – e talvez até como critério sine qua non – pela sua capacidade de geração de desenvolvimento sustentável. Um exemplo recente no Brasil foi o anúncio de um road map para investimentos em Agricultura Sustentável (Destravando o Potencial de Investimentos Verdes para Agricultura no Brasil) em uma parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Climate Bonds Initiative (CBI). O plano apresenta vertentes para investimentos que vão desde o estabelecimento de ações de regularização ambiental (PRA, derivado do Código Florestal), passando pelo desenvolvimento de bioinsumos para a agricultura, sistemas de produção pecuária sustentável como os processos de ILPF, energia renovável e biocombustíveis, florestas, até investimentos em infraestrutura de transporte e logística de baixa emissão de carbono.

Uma preocupação que o Brasil precisa ter é a geração e inserção de dados atuais em fóruns e bases internacionais, que permitirão assegurar ao país maior confiabilidade e credibilidade nos mercados e na elaboração de inventários e avaliações de impacto, como por exemplo em análises de ciclo de vida, pegadas ambientais de carbono e hídrica, entre outros. Muitos destes critérios hoje se configuram como barreiras não tarifárias para inserção em mercados internacionais e para investimentos.

Assim, a geração de dados confiáveis e com credibilidade internacional é essencial para garantir a competitividade de nossa agropecuária e desmistificar dados errôneos ou parciais e para corrigir erros de rumo interno em nossas políticas públicas e iniciativas tanto de governo quanto do setor produtivo.

Já provamos que produzir e preservar é possível. Em 2030 podemos ser o maior produtor mundial de alimentos e ao mesmo tempo ser um país com imensa área preservada, a maior do mundo tropical. Para isso, precisamos valorizar nossa agricultura, melhorar a imagem do país no cenário internacional e investir na diversificação dos sistemas produtivos, fortalecer as cadeias de valor, viabilizar estratégias de pagamento por serviços ambientais e investir na formação profissional. Podemos e devemos zerar o desmatamento, acabar com a ocupação ilegal de terras públicas, defender as áreas protegidas e aprofundar os ganhos de produtividade.

“A sustentabilidade é uma jornada, não um episódio”, como afirmou Tensie Whelan, diretora do Centro de Sustentabilidade da NYU Stern School of Business. Mas, trilhar essa jornada só é possível com conhecimentos e tecnologias que permitam o melhor uso dos nossos recursos naturais. E para pavimentar esse caminho é necessário investir de forma consistente. Esse foi o combustível que nos trouxe até aqui e que pode nos levar mais adiante, de forma competitiva. Tomo a liberdade então de acrescentar um quarto “S” às prioridades para a pós-pandemia: Science – aqui em inglês, denotando também sua universalidade. Esse quarto elemento que é transversal às dimensões de Saúde, Sanidade e Sustentabilidade nos permitirá alcançar os almejados objetivos. Nenhuma nação se sustenta no longo prazo sem investir em ciência.

As regras do jogo estão postas. Teremos uma nova oportunidade para mostrar vantagem competitiva após a saída do safety car, que recolocou todos os competidores na mesma volta – quem, como eu, é fã de F1 entenderá! Resta saber se vamos aproveitar esta relargada para consolidar o Brasil como a potência agroambiental que podemos ser. Temos que fazer as escolhas certas.

* Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Agronomia/Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), pesquisador e chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente.

 

Foto: Arte: Dudu Rosa.

Marcelo A. B. Morandi
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28 de abril: um dia para celebrar a Caatinga

A resiliência deste bioma exclusivamente brasileiro é uma importante base de conhecimento para iniciativas de adaptação à mudança climática

Hoje, dia 28 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Caatinga – uma data que visa conscientizar a sociedade brasileira sobre a riqueza do seu patrimônio natural e a importância da sua conservação e uso sustentável.

Mais conhecida pelas imagens do sertão nordestino, marcada pela escassez hídrica, a Caatinga é um mosaico de ecossistemas com grande diversidade da sua fauna e flora. Suas oito microrregiões abrigam um valioso patrimônio biológico que se estende por dez estados. Este bioma exclusivamente brasileiro ocupa 11% do território nacional e abriga 27 milhões de pessoas.

Apesar da sua importância, a degradação da Caatinga é um problema crescente, gerado por desmatamentos e queimadas que ameaçam a sua biodiversidade e ampliam o processo de desertificação. Por isso, ações de conservação deste bioma precisam dialogar com a agenda de mitigação e adaptação à mudança climática.

 

Projeto Rural Sustentável Caatinga

O Projeto Rural Sustentável Caatinga visa combater a mudança climática e a pobreza em 37 municípios da Caatinga. Para tal, estimula a adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono (ABC) e outras práticas de convivência com o semiárido por pequenas e médias propriedades rurais, implementando uma agenda de adaptação climática no bioma.

Para tanto, o projeto promove o diálogo entre tecnologias modernas e o conhecimento tradicional para a transformação das atividades produtivas, agora orientadas para a baixa emissão de gases de efeito estufa. Os investimentos visam fortalecer a capacidade de assistência técnica rural (ATER) e consolidar as cadeias produtivas.

O PRS Caatinga é uma cooperação bilateral entre os governos do Reino Unido e do Brasil, operada por meio do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Relações Externas (Defra) e do Ministério da Agricultura (MAPA), com gestão de recursos financeiros do Banco Interamericano de Desenvolvimento no Brasil (BID-BR) e execução  da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). A iniciativa conta ainda com o participação da Rede iLPF em parceria com a Embrapa Semiárido e Embrapa Caprinos e Ovinos (Petrolina e Sobral) para monitoramento de emissões de gases de efeito estufa.

 

Por Anne Clinio e Renata Barreto

Cŕedito:
Imagens: Giselle Parno

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certificacão

INOVADORA, DINÂMICA E SUSTENTÁVEL. ESSA É A CERTIFICAÇÃO DA REDE ILPF.

Para gerar ainda mais valor ao negócio do produtor, a Rede ILPF incorpora mais uma novidade no portfolio de serviços: a certificação de propriedades sustentáveis, que avalia mais de 120 indicadores de produção, abordando:

  • Sinergia ILPF
  • Gestão da propriedade
  • Compliance socioambiental
  • Boas práticas de manejo e bem-estar animal
  • Origem e qualidade de insumos
  • Impacto social e econômico
  • Eficiência energética
  • Saúde e segurança

 

Mas, não estamos falando de um processo de certificação tradicional. Fomos além, e desenvolvemos o Protocolo ILPF que prevê novos componentes de avaliação e um grande diferencial competitivo: o monitoramento constante e dinâmico. Isso significa que a propriedade, além de passar pelo criterioso sistema de avaliação para obter a certificação, após certificada será acompanhada continuamente a fim de que garanta seu sucesso produtivo e permaneça como uma propriedade que segue comprovadamente os parâmetros sustentáveis adotados pelo Protocolo ILPF. 

Estar em conformidade com esse protocolo mostra que o produtor se preocupa com formas de manejo sustentáveis, com os aspectos socioambientais e com as legislações inerentes à prática das suas atividades.

Além disso, ao aderir ao Protocolo ILPF, o produtor terá outros benefícios:

[zt_accordions type=”accordion”][zt_accordion title=”Produtividade” active=”no”]

  • Diminuição do risco operacional;
  • Aumento de produção com redução do custo por unidade produzida;
  • Ampliação do potencial de venda.

[/zt_accordion][/zt_accordions]

[zt_accordions type=”accordion”][zt_accordion title=”Ganhos Financeiros” active=”no”]

  • Bonificações;
  • Acesso aos fundos verdes;
  • Redução dos juros no financiamento e nos valores das apólices de seguro;
  • Facilitação do acesso a programas e incentivos governamentais;
  • Acesso à cesta de serviços da Rede ILPF.

[/zt_accordion][/zt_accordions]

[zt_accordions type=”accordion”][zt_accordion title=”Imagem Social” active=”no”]

  • O selo ILPF será um diferencial competitivo para os produtos entre os consumidores.

[/zt_accordion][/zt_accordions]

 

Conheça agora os cinco pilares e os pontos de avaliação do Protocolo ILPF:

[zt_accordions type=”accordion”][zt_accordion title=”LAVOURA” active=”no”]

Pilar 1: verificação das boas práticas de manejo ocorridas dentro do sistema Lavoura

Pontos de verificação no componente lavoura:

  • Insumos agrícolas
  • Recursos
  • Fixação de carbono

[/zt_accordion][/zt_accordions]

[zt_accordions type=”accordion”][zt_accordion title=”PECUÁRIA” active=”no”]

Pilar 2: verificação das boas práticas de manejo ocorridas dentro do sistema Pecuária

Pontos de verificação no componente pecuária:

  • Insumos veterinários e matérias-primas
  • Bem-estar e saúde animal
  • Emissões à atmosfera

[/zt_accordion][/zt_accordions]

[zt_accordions type=”accordion”][zt_accordion title=”FLORESTA” active=”no”]

Pilar 3: verificação das boas práticas de manejo ocorridas dentro do sistema Floresta

Pontos de verificação no componente floresta:

  • Geração própria, aproveitamento, reuso e autonomia
  • Balanço de emissões
  • Conservação da biodiversidade

[/zt_accordion][/zt_accordions]

[zt_accordions type=”accordion”][zt_accordion title=”INTEGRAÇÃO” active=”no”]

Pilar 4: comprovação da integração e da sinergia entre a combinação desses componentes

Pontos de verificação no componente integração:

  • Sinergia ILPF
  • Recuperação ambiental
  • Geração de renda do estabelecimento
  • Diversidade de fontes de renda
  • Valor da propriedade
  • Segurança alimentar

[/zt_accordion][/zt_accordions]

[zt_accordions type=”accordion”][zt_accordion title=”GESTÃO DA PROPRIEDADE” active=”no”]

Pilar 5: qualidade da gestão realizada pela propriedade

Pontos de verificação no componente propriedade:

  • Qualidade do emprego
  • Valor da propriedade 
  • Capital Social
  • Saúde ambiental e pessoal
  • Segurança e saúde ocupacional
  • Condição de comercialização
  • Disposição de resíduos
  • Gestão de insumos químicos
  • Relacionamento Institucional
  • Qualidade do emprego
  • Valor da propriedade 
  • Capital Social
  • Saúde ambiental e pessoal
  • Segurança e saúde ocupacional
  • Condição de comercialização
  • Disposição de resíduos
  • Gestão de insumos químicos
  • Relacionamento Institucional

[/zt_accordion][/zt_accordions]

 

A NOSSA CERTIFICAÇÃO TEM TECNOLOGIA DE ÚLTIMA GERAÇÃO.

Todo o monitoramento da propriedade será feito por meio do uso de tecnologia embarcada, estações climáticas, análise e amostragem de solo, verificação via satélite e análise documental.

O produtor ainda contará com uma plataforma tecnológica (*) que irá auxiliá-lo na medição do índice de confiança (**) e no gerenciamento do seu negócio, garantindo maior controle sobre os seus processos produtivos e proporcionando maior previsibilidade na produção.

 

A CERTIFICAÇÃO ILPF NA ERA DO CONSUMO SUSTENTÁVEL.

No futuro muito próximo, a conexão entre produtor e consumidor será ainda maior. E a tecnologia e o conhecimento já estão aqui ao seu alcance.

Produtor, o futuro sustentável é aqui e a hora é agora! Para aderir ao Protocolo ILPF e ir em busca da sua certificação de propriedade sustentável, preencha o cadastro abaixo. A nossa equipe entrará em contato brevemente.

 

 

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A Rede ILPF – Chamada da home

A Rede ILPF

A Associação Rede ILPF é formada pelo Bradesco, Ceptis, Cocamar, John Deere, Soesp, Syngenta e Embrapa. Tem o objetivo de acelerar uma ampla adoção das tecnologias de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) por produtores rurais como parte de um esforço visando a intensificação sustentável da agricultura brasileira.

Saiba mais

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