Você está visualizando atualmente Fazenda Bacaeri | Alta Floresta – MT – Julho/2015

Fazenda Bacaeri | Alta Floresta – MT – Julho/2015

Buscando madeira de qualidade e melhor retorno por hectare, Fazenda Bacaeri aposta no sistema silvipastoril

Localizada no município de Alta Floresta, no norte de Mato Grosso, a fazenda Bacaeri trabalha há cerca de 30 anos com a silvicultura de teca. Na década de 1990, buscando diversificar a produção, o proprietário, Antônio Passos, também passou a criar gado de corte. Alguns anos depois, ele percebeu que poderia aproveitar melhor a área da fazenda juntando na mesma área as duas atividades. Foi assim que começou a testar o sistema silvipastoril.

Como na época havia pouca informação sobre a integração entre pecuária e floresta, ele começou a fazer testes com diferentes espaçamentos. Hoje, trabalha com linhas simples de teca, com distância de 20m, 17m ou 15m entre elas.

Nos espaçamentos maiores, a distância entre as árvores nas linhas é menor, o que faz com que a população média de toda a área integrada seja de 200 árvores por hectare. Os espaçamentos utilizados no plantio em ILPF são 20mx2,5m, 20mx3m, 17mx3m, 17mx3,5m e 15mx4m.

“A gente percebeu o potencial de crescimento da teca nesse tipo de solo da fazenda e nesse clima. A gente tinha notícias da parte comercial, do preço final de venda dessa madeira e da escassez que já estava tendo no fim da década de 1990 de madeira nativa”, conta Antônio Passos, que montou uma serraria na fazenda para processar a madeira.

Atualmente quem cuida da fazenda é o filho do proprietário, Fernando Passos. De acordo com ele a Bacaeri conta com 1.200 hectares de teca em plantio exclusivo e 600 hectares em sistema silvipastoril. A cada ano a área em integração é ampliada de 50 a 100 hectares.

“Estamos ampliando anualmente. Não tem uma meta já estabelecida, até porque ainda não sabemos quais as áreas da fazenda não são aptas para esse sistema. Ainda tem muita discussão. Mas acredito que chegaremos em torno de 5.000 hectares quando terminar o plantio”, prevê Fernando.

Se a previsão se confirmar, 75% da área hoje ocupada pela pecuária na fazenda Bacaeri contará com sistema silvipastoril.

Fernando explica que a decisão de integrar a silvicultura com a pecuária partiu da tentativa de minimizar o tempo em que a terra fica sem gerar lucro. Enquanto o manejo da teca só é feito com 15 a 25 anos, a pecuária poderia gerar receita já a partir de três ou quatro anos.

Além do retorno financeiro mais imediato e da diversificação de receitas, Fernando Passos vê outras vantagens no sistema silvipastoril. De acordo com ele, a meta da fazenda é chegar a um modelo de espaçamento entre as árvores e entre as linhas que não necessite de desbaste durante todo o ciclo. Assim será possível reduzir despesas e o trabalho com árvores sem potencial de uso em serraria.

“Como você tem menos árvores por hectare, você consegue ter um trabalho de mais qualidade. No sistema tradicional muitas vezes você tem de fazer intervenções em árvores sem potencial”, afirma.

Na criação de gado de corte Fernando afirma não ter percebido diferenças em relação à área com pecuária exclusiva. Ambos os sistemas funcionam com a média é de 2 UA (unidade animal) por hectare. Entretanto, é perceptível a preferência dos animais pela sobra em um local em que a temperatura média durante o dia ultrapassa os 30o C. Na pastagem também não foi observada diferença de produtividade em decorrência da presença das árvores.

Fernando explica que nas novas áreas de ILPF é feito um trabalho agressivo de poda para estimular o crescimento vertical das árvores. Os animais de desmama entram de 6 a 18 meses após o plantio.

 “O determinante que observamos é que é seguro soltar os animais quando as árvores estão com 3 metros de altura”, explica Fernando.

A expectativa da fazenda é que os primeiros cortes da teca em áreas de sistema silvipastoril sejam feitos a partir de 2.020, quando os talhões mais antigos completarem 12 anos.

Desde 2010 a fazenda Bacaeri passou a ser uma das Unidades de Referência Tecnológica e Econômica acompanhadas pela Embrapa em Mato Grossso. O local é utilizado em atividades de transferência de tecnologia, como visitas técnicas e dias de campo, e também é um campo de coleta de dados para pesquisas sobre viabilidade econômica de sistemas ILPF.

Confira abaixo uma palestra de Fernando Passos sobre o mercado da teca em Mato Grosso

 

Veja mais informações sobre a fazenda Bacaeri (a partir dos 9 min de vídeo)

[zt_persons slider=”no” pager=”no” controls=”no” auto=”no” item=”1″][zt_person name=”” position=”” phone=”” description=”” image=”images/fernando_passos.jpg” imgtype=”circle” ][/zt_person][/zt_persons] [zt_testimonial autoPlay=”yes” numSlides=”1″ paging=”yes” controls=”yes”][zt_testimonial_item bgColor=”#f6f6f6″ textColor=”#747474″ name=”Fernando Passos” company=”Produtor rural, proprietário da Fazenda Bacaeri Alta Floresta – MT” borderRadius=”4″]”Como você tem menos árvores por hectare, você consegue ter um trabalho de mais qualidade. No sistema tradicional muitas vezes você tem de fazer intervenções em árvores sem potencial”[/zt_testimonial_item][/zt_testimonial]

{gallery}fazenda-bacaeri{/gallery}

Deixe um comentário