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Fazenda Maringá | Cristalina – GO – Junho/2016

Com boi irrigado, fazenda recupera o solo e a renda do produtor

  

Garantir um ambiente produtivo por meio da mudança no modelo de gestão e a inserção de uma nova variável: a precisão das atividades e dos dados gerados no campo. Essa é a receita da Fazenda Maringá, em Cristalina (GO), para a busca de um manejo sustentável do solo e da água. A propriedade adotou o que chama de “boi irrigado” em consórcio com gramíneas para a recuperação de áreas com nematoides e vem desenvolvendo experimentos com espécies consorciadas para viabilizar o Sistema Plantio Direto.

Com uma área total de plantio de 1,5 mil hectares, a fazenda mantém 500 hectares irrigados por pivô central há 10 anos. As culturas trabalhadas são soja, milho, feijão e trigo, tanto em sistema sequeiro como irrigado. “Nosso grande desafio foi tentar entender por que estava havendo a diminuição da rentabilidade por hectare”, diz o produtor e engenheiro agrônomo Leandro Sato.

A fazenda começou a estudar melhor o solo, as atividades desenvolvidas na propriedade e as influências externas. A partir do que foi observado, buscou caminhos para melhorar a conservação do solo e da água, fundamental para a atividade agrícola. “O desafio começou a partir de problemas de doenças de solo que estavam ocorrendo em áreas irrigadas, principalmente”, lembra o produtor, apontando que essas áreas tiveram as maiores reduções de rentabilidade.

“Foi aí que se iniciou a implantação do novo foco de produção de ambientes produtivos, que é a base para qualquer tipo de cultura, integração ou sistema a ser instalado na propriedade”, explica. Para isso, foi preciso mudar todo o modelo de gestão, com a inserção da variável precisão em todas as operações da fazenda e dos dados coletados, para garantir uma base de informações para a tomada de decisão mais precisa.

Entre as primeiras ações adotadas sob o novo modelo de gestão está o que Sato chama de “boi irrigado”. “A princípio, tínhamos tomado a decisão de implantar uma forrageira para curar o solo que existia em baixo de um pivô (de irrigação) de 80 hectares. Manter a forrageira por dois a três anos por si só para curar esse solo é inviável. Então, decidimos trazer o também o gado para consumir esse pasto e intensificar a cura do solo. De carona, obtivemos as vantagens da diversificação da atividade, principalmente numa época em que a bovinocultura está numa condição muito boa de mercado”, explica.

O boi irrigado, segundo Sato, é um sistema intensivo, cuja lotação na fazenda pode chegar a seis UA (unidade animal) por hectare, com ganho médio diário de peso de até 900 gramas por cabeça. Entre as vantagens do boi irrigado, além dos ganhos com a bovinocultura em si, o produtor destaca o trabalho feito pela forrageira no perfil do solo.

“A infiltração (de água) melhorou muito devido ao desenvolvimento de três ou mais metros de raízes da forrageira, melhorando o problema de drenagem que tínhamos nessa área. E, lentamente, (houve) a construção de um perfil de solo mais fundo, chegando a uma camada humificada de até 35 cm após três anos de implantação da forrageira”, conta.

A Fazenda Maringá destina quatro hectares de área para experimentos com novas culturas, plantas forrageiras e plantas de cobertura de solo. O objetivo da área experimental é gerar informações na propriedade sobre o que está disponível para uso em diferentes situações.

“As plantas de cobertura são utilizadas em área irrigada em várias épocas do ano. Para cada época, verificamos a cultura que se desenvolve melhor em determinado espaçamento, exigindo tal adubação. Todas essas informações geradas dentro da propriedade trazem uma grande flexibilidade para utilizar essas plantas nos diversos objetivos que temos em nossas atividades”, explica Sato.

Também são testados consórcios de forrageiras com plantas de cobertura; de forrageiras com leguminosas para adicionar vantagem no teor proteico na dieta animal; de milho com crotalárias ou com feijão guandu buscando viabilizar a cobertura de solo na entressafra de grãos sem prejuízo para a cultura principal.

Sato observa que os resultados iniciais foram de incremento significativo da cultura principal graças aos benefícios da planta forrageira, que atua no mesmo ciclo. “Essas informações vão viabilizar o Sistema Plantio Direto como ele realmente deve ser: utilizando plantas de cobertura durante 365 dias no ano para fazer o plantio direto em cima de uma quantidade de massa seca suficiente para trazer os benefícios à cultura do próximo ano”, afirma.

ILPF na Fazenda Maringá

 

Clenio Araujo (6279/MG) 
Embrapa Pesca e Aquicultura 
pesca-e-aquicultura.imprensa@embrapa.br 
Telefone: (63) 3229-7836

Fotos: Jefferson Christofoletti

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