Em dez anos de ILPF, Fazenda Santa Brígida aumentou a produtividade em dez vezes
Em 2006, quando assumiu a gestão da Fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO), Marize Porto Costa estava diante de uma propriedade com pastagens degradadas e pecuária de baixa produtividade. Ao constatar o elevado custo da recuperação direta dos pastos, ela decidiu buscar orientação na Embrapa. Foi assim que conheceu os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), apresentados pelos pesquisadores João Kluthcouski e Homero Aidar.
Com a Integração Lavoura-Pecuária, Marize poderia recuperar as pastagens da fazenda. “A agricultura pagaria as contas e o pasto sairia de graça. Essa tecnologia caiu do céu para mim”, conta.
Sem contar com maquinário, mão-de-obra nem muito conhecimento, ela contratou um vizinho para realizar o trabalho de implantação das primeiras lavouras de soja e milho do sistema. “Colhi e vendi o grão e paguei as contas. No final, o que a Embrapa me prometeu estava lá (no campo): um pasto lindo de primeiro ano. E de graça, porque a agricultura pagou as contas”, lembra.
No terceiro ano de sistema de integração na fazenda, o componente florestal foi incorporado com o plantio de eucalipto. Além de fornecerem madeira, o que representa mais um ganho econômico, as árvores proporcionam sombreamento para o gado e conforto animal, além de fixarem carbono do sistema.
Uma vantagem importante que o sistema ILPF proporciona a Marize é a possibilidade de produzir o que ela chama de “boi barato”. Segundo a proprietária, em uma pastagem de primeiro ano obtida com o sistema de integração, o custo de produção da arroba é de R$ 55, enquanto a produção da arroba do boi terminado em confinamento custa R$ 88 e a produzida no sistema convencional, em pasto degradado, R$ 112.
“O boi produzido no pasto de primeiro ano vindo do ILPF é um boi barato. Ele me custa R$ 55 a arroba, e nós vendemos essa arroba a R$ 140. E eu tenho pasto de primeiro ano, com alto teor de proteína, todos os anos”, explica.
Em 10 anos de adoção do sistema ILPF, a pecuária de baixa produtividade, cuja lotação animal na safra 2006/07 não passava de 0,5 UA/ha, produzindo 2,5@/ha/ano, sendo que na safra 2015/16 está em 4 UA/ha, com produção de 25@/ha/ano, ou seja, 10 vezes mais. As lavouras também ficaram mais produtivas ao longo do tempo. No mesmo período, as produtividades médias de soja e de milho passaram, respectivamente, de 45 sacas/ha para cerca de 65 sacas/ha e de 90 sacas/ha para uma projeção de até 190 sacas/há na atual safra.
A diversificação de atividades da fazenda também promoveu ganhos sociais. “Como é um sistema diversificado, onde temos três fazendas dentro de uma, permitiu que eu contratasse mais pessoas, desse mais emprego e treinasse mais pessoas para trabalhar com a gente. É um ganho social muito importante, no nosso ponto de vista”, afirma.
Após uma década de adoção do sistema, Marize vê as pastagens da fazenda totalmente recuperadas. “Tudo o que quero agora é aumentar o valor agregado em cada um dos itens”, diz. Para isso, a ideia é intensificar a produção de soja e milho na mesma área, produzir carne de animais resultantes de cruzamento industrial e conduzir as árvores do sistema para a produção de madeira.
Texto:
Breno Lobato – MTb 9417-MG
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