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Inovações no zoneamento de risco climático buscam maior aplicabilidade – 09/05/2019

Entre os instrumentos de políticas públicas que o produtor tem às mãos para amenizar os riscos está o zoneamento agrícola de risco climático (Zarc), iniciado em 1996, disponibilizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e sob responsabilidade da Embrapa. O Zarc possibilita reduzir, sensivelmente, os riscos na atividade e permite seguridade agrícola, a partir de orientações em relação a melhor época de plantio e semeadura das culturas.

Em solos arenosos, frágeis em fertilidade, sua utilização minimiza perdas. A resolução é dos pesquisadores da Embrapa Carlos Ricardo Fietz e Balbino Evangelista, integrantes da Rede do Zarc. Entre os principais desafios da ferramenta, eles apontam a disponibilização de dados organizados e padronizados, de forma que o produtor não tenha somente data de semeadura, mas informações sobre manejo, boas práticas, recomendações, dentre outras.

“O maior desafio é transformar os dados que possuímos em informações que precisamos”, resume Evangelista (Palmas-TO), especialista em agroclimatologia. Para isso, a Empresa desenvolve o projeto “Avaliação de Riscos e Resiliência Agroclimática – ARRA”, que tem como objetivo desenvolver, adaptar e aprimorar metodologias de avaliação de riscos, produtividade e resiliência agroclimática de sistemas de produção, a fim de acompanhar as mudanças agrícolas e socioeconômicas, os avanços tecnológicos e o desenvolvimento das culturas.

Uma das mudanças e mencionada pelos pesquisadores são os sistemas integrados. Os envolvidos na proposta buscam desenvolver uma metodologia de ZARC para sistemas integrados (ILP e ILPF) e culturas perenes. Atualmente, segundo o especialista em agrometeorologia Ricardo Fietz (Dourados-MS), a construção do ZARC envolve uma equipe multidisciplinar com 80 profissionais de 31 Unidades de Pesquisa, atuando em 44 culturas.

Coordenador de Risco Agropecuário, do Departamento de Gestão de Riscos Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Hugo Rodrigues, comenta que com o intuito de tornar o ZARC mais atrativo, o Ministério disponibilizou em 2017, o Painel de Indicação de Risco, no site da instituição. Para facilitar a interpretação e em formato amigável, o painel apresenta a indicação de risco em cada decêndio do ano, por cultura, grupo de cultivar e tipo de solo. Outra possibilidade é o aumento das faixas de risco climático, agora em 20%, 30% e 40%. 

Fietz, Evangelista e Rodrigues participaram do Painel “Inserção de solos arenosos no zoneamento de risco climático (Zarc) para cultivo de grãos”, que aconteceu hoje (9) no Simpósio Brasileiro de Solos Arenosos, na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), em Campo Grande (MS). Os solos arenosos são de texturas mais leves, frágeis e representam ao redor de 10% dos solos brasileiros. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, entre 15 e 20%, e o equivalente no Bioma Cerrado.

Simpósio – O III Simpósio Brasileiro de Solos Arenosos é promovido pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) e realizado pela Embrapa e UEMS, com o tema “Intensificação agropecuária sustentável em solos arenosos” e programação composta por palestras, mesas-redondas, apresentações de resumos e visita técnica. O evento acontece entre os dias 7 e 10 de maio, na UEMS (Campo Grande-MS).

 

Foto: ZARC da cultura de milho

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